Como se já não bastasse os seus últimos estranhos 20 minutos vividos, Lia tinha se perdido tentando escapar da criatura que se aproximava, parecia mais um ciclope.
-Saia daqui! –gritava- Eu não tenho nada que você queira. Eu acho.
Mas o monstro pareceu não se preocupar.
Lia corria feito louca tentando se refugiar. Batera com a cara em árvores umas três vezes. Estava exausta e completamente suja. Olhou para cima e avistou de longe uma entrada com titulo “Camp Half-Blood”.
Lia não via ninguém lá, parecia apenas um acampamento normal, mas sem ninguém por perto. Não hesitou em entrar, porém, o ciclope agarrou seu braço o deixando com machucados. Lia estava ficando inconsciente, mas jurava que tinha ouvido vozes. Sentiu a criatura a largando e ouviu um barulho parecido com metal batendo em... uma armadura? É, era isso. Só poderia ser. Lia caiu tonta no chão e pelo canto dos olhos, viu alguém andando e... Espere, o que era aquilo? Patas de bode? Ela não pode identificar, pois logo desmaiou.
"Eu morri?" pensou Lia. "Estou morta? Deus é você? Eu estou no céu?”
-Não minha querida, você não está morta. Acorde. Você precisa acordar. Nós todos dependemos de você.
Lia logo despertou se sentando imediatamente. Recuperou o fôlego e olhou em volta. Estava em uma cama de rede, várias crianças estavam em uma daquela e a maioria delas sendo hospitalizadas. Algumas dormiam e outras ficavam fazendo aviõezinhos de papel e em seguida os jogavam no ar. Lia estava confusa, não sentia dor, mas seus braços estavam manchados de sangue.
-Droga.
-Logo logo passa. - disse um garoto que estava sentado ao seu lado, Lia não tinha percebido sua presença ali.
-Passa o que?
-Sabe... A dor.
-Não está doendo, só está... Sujo.
O garoto sorriu, estava encantado com a beleza de Lia. Seus cabelos negros caiam de lado, seus olhos eram de um tom azul ao verde, pareciam mudar de cor.
-O que foi? - ela perguntou
-O que? - e ele desfez o sorriso
-Nada, esqueça. Onde estou?
-Acampamento Meio-Sangue. Seja Bem - vinda.
-Meio-Sangue?
-Você é tipo... Uma semideusa. Metade mortal, metade deusa.
-Sim, e Papai Noel existe.
-Mais tarde você entenderá. Me chamo Percy, e você é...
-Lia. Eu acho.
-Você se lembra de alguma coisa?
-Sim, quero dizer, mais ou menos.
Lia contou-lhe a história toda, pra ela parecia loucura, mas pela cara de Percy ela viu que ele já estava acostumado com histórias desse tipo.
-E você já foi reclamada? - ele perguntou
-Reclamada? Tipo... A maioria dos meus professores reclama de mim. Meus amigos... Tudo bem, não tenho muitos amigos.
Percy riu do que a garota estava falando.
-O que foi? Não tem graça!
-O "Reclamada" que eu quis dizer, é do tipo o seu pai deus ou sua mãe deusa te reconhecer.
Lia ergueu sua sobrancelha esquerda, não sabia do que Percy estava falando.
-Acho que...
-Tudo bem, vamos esquecer isso. Pelo jeito ainda não foi. Quíron quer falar com você, consegue me acompanhar?
-Porque não conseguiria?
-É... Pelo jeito você deve ser filha de Atena.
Percy a levou até a casa grande. Na varanda, havia um homem os esperando. Para Lia era um homem até ela perceber que ele era metade cavalo. Como era o nome mesmo? Ah, centauro. Quíron era um centauro.
-Bem-Vinda jovem. E, ãhn... Pode fechar a boca se você quiser.
-Você é Quíron, o Quíron das histórias.
-Isso mesmo. -ele disse orgulhoso